sábado, 31 de outubro de 2015

Vovô Manoel



"Você não pode dar doces escondido para seu avô, ele está doente, não pode comer..." 

Mas comeu várias bolachas de chocolate e alguns doces escondido... Antes, durante e depois de ser pega no pulo. "Pega rápido vô, está todo mundo lá fora..." 
Daqui a pouco: "Eu acho que ele engasgou sozinho..." 
Eu me lembro dos óculos quadrados e do seu sorriso quando te oferecia alguma coisa... Hoje há alguns anos, ele descansou.

O lado bom de ser criança é isso, não nos permite ver que um ato ainda que de boa intenção, pode ser prejudicial... E nem entendemos as lágrimas e tristeza daquelas choram, pois não sabemos que a morte, ao menos aqui na terra, é algo irreversível. Vamos crescendo e nas ingênuas memórias que vão ficando cada vez mais turvas, descobrimos o poder de permanecer vivo, o que já se foi. 

Não me lembro do ano exatamente, 97 talvez... Mas me lembro daquela noite por dormir com minha avó, por todos falarem nesse tal "dia das bruxas", e por no outro dia, no enterro, ser aniversário do meu pai... 
Mas o dia não importa. Hoje eu me peguei sorrindo lembrando disso... Queria ser aquela menina ingênua ainda, mas se um dia for possível o reencontro, será com um imenso sorriso. Até um dia, quem sabe? ^_^ 

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

E se for a felicidade?



E se for a felicidade? 
Momentos não pensados... Frágeis decisões. Parece que a felicidade bate quando a gente está fechado pra o mundo... Hoje eu chamo isso de presente.

Li em algum lugar uma vez, que portas são passagens e não obstáculos. E que se você não ultrapassar, terá sempre a mesma porta pela frente... Através dessa, são inúmeras outras portas que você descobre.

Algumas portas nos dão o sinal se devem ser abertas ou permanecer fechadas... Algumas parecem emitir luz, outras escuridão. É nessas horas que a gente une nossa fé e intuição e se decide...
De uns tempos para cá, é isso que tenho feito. Respeitando a mim e vencendo certos medos e me enriquecendo. Já não me preocupo mais com as passagens antigas, mas sim nos tesouros que eu posso descobrir nas outras portas a minha frente. Abrir portas, oportunidades, lugares, pessoas... E se algo machucar, não tenho mais medo. É apenas uma passagem... Só não passa a vontade de tentar.

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Gritamos por socorro e ninguém nos ouve…



 Gritamos por socorro e ninguém nos ouve… Não por negligência, não por não querer. Não. Nossa fragilidade, nosso lado mais sombrio é camuflado pela nossa inteligência e sensibilidade. Somos marcados pelo existencialismo, a angústia do homem moderno e imparcialidade deixou rastros em nossa personalidade. Está narrado nos livros, composto nas músicas, dito nos poemas e nas poesias… Nossos gostos e criações muitas vezes denunciam, psicografam a nossa alma. Alguns desde cedo, precisam ficar "nus", sós consigo mesmo…


 Isso talvez explique tantas crianças em consultórios psiquiátricos e fazendo terapia. Problemáticas? Não, sensíveis! Elas crescem, viram adultas e continuam lá… E isso está certo, se acha que precisa de ajuda, busque-a! Mas basta um dia de fingimento, um dia de maquiagem parecendo forte, um dia menos sensível para dar a impressão de um grande progresso no que tange a condição psíquica, quando na verdade é justamente o contrário.Gritamos por socorro e ninguém nos ouve… Nossa então maturidade e sensibilidade, não permitem que ouçam. O que eu sei sobre isso? Escrevo, desenho e me escondo embaixo do chuveiro até hoje.